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Câmara aprova versão light do pacote anticrime do ministro Sergio Moro

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Plenário da Câmara dos Deputados durante votação do pacote anticrime

Brasília - DF - (06-12-2019), A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana (4) o novo relatório para o pacote anticrime idealizado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. O texto final foi aprovado por 408 a 9 (saiba aqui como cada deputado votou). Trata-se de uma união de ideias do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e do ex-juiz da Lava Jato. A matéria agora vai ao Senado Federal. Eis a íntegra.

O texto aprovado no plenário é uma versão mais light que a entregue por Moro ao Congresso no início do ano. Ficaram de fora, por exemplo, a excludente de ilicitude (instrumento que protege policiais que matarem em serviço), a prisão pós-condenação em 2ª Instância e o plea bargain –ideia adotada nos EUA para obter confissões de criminosos em troca de penas mais branda, até sem julgamento.

Já a figura do juiz de garantias, que é a designação de 1 magistrado para ser responsável pela parte inicial do processo, entregando o caso a outro juiz para proferir a sentença, foi mantida no projeto. Trata-se de trecho incluído pelo grupo de trabalho, em afronta a Moro. Nesta semana, o Novo apresentou destaque para tentar retirar esse trecho, mas foi derrotado.

O texto aprovado também não é a versão que foi destroçada no grupo de trabalho que se debruçou sobre o tema ao longo dos últimos meses. A redação final aprovada pelos deputados é 1 substitutivo apresentado pelo designado relator de plenário, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), que traz apenas os pontos que geravam menos atrito entre os deputados.

O texto condensado tem partes elaboradas por Alexandre Moraes e partes elaboradas pelo atual ministro da Justiça. Segundo a presidente do grupo de trabalho que elaborou o novo texto (leia aqui o relatório do grupo), deputada Margarete Coelho (PP-PI), Moraes teve 90% de suas sugestões aceitas e Moro, 75%.

Para facilitar a aprovação em plenário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Alexandre Moraes se reuniram em 19 de novembro. Eles buscaram 1 acordo para priorizar o combate ao crime organizado. Delitos de menor potencial ofensivo seriam resolvidos sem prisão, mas com uma “pena rápida”, que dê resposta à sociedade.

Com os crimes pequenos demandando menos trabalho das autoridades, haverá mais recursos para o combate aos grandes criminosos. “Não é 1 projeto que, de uma hora pra outra, vai reduzir a criminalidade. É uma mudança de mentalidade”, afirmou Moraes, à época. Segundo ele, será atacado o tipo de crime que mais assusta a população.

PRINCIPAIS PONTOS

O relatório destaca que todos os temas abordados pelas proposições foram amplamente discutidos em audiências próprias, tendo sido ouvidos pelo grupo cerca de 50 especialistas.”

O substitutivo apresentado foi baseado no trabalho do grupo de trabalho, mas com os ajustes. O Poder360 destaca mudanças:

  • Aumento do tempo máximo de cumprimento de pena para 40 anos;
  • Possibilidade de utilização de bens apreendidos por órgãos da segurança pública;
  • Banco de perfil genético e multibiométrico;
  • Alteração dos prazos para progressão de regime;
  • Aumento de pena para crimes com armas de fogo;
  • Banco de perfis balísticos;
  • Infiltração de agentes na internet;
  • Varas criminais colegiadas para o julgamento de organizações criminosas;
  • Reforço jurídico para policiais investigados por ações letais no estrito cumprimento de dever funcional;
  • Proibição de saída temporária para condenados por crimes hediondos com morte como resultado;
  • Aumento de pena para crimes contra a honra cometidos na internet;
  • Aumento da pena para o crime de concussão;
  • Melhor regulamentação da colaboração premiada;
  • Vedação de livramento condicional para condenados pela prática de crime hediondo com resultado morte.

Saiba como votou cada bancada:

como votou cada partido no pacote anticrime

o texto foi aprovado com urgência por 408 a 9 nesta 4ª feira (4.dez)

partido

bancada

presentes

sim

% votos a favor

não

% votos contra na bancada

% ausentes na bancada

Avante

8

8

8

100,0%

0

0,0%

0,0%

Cidadania

9

8

8

88,9%

0

0,0%

11,1%

DEM

27

27

26

96,3%

0

0,0%

3,7%

MDB

33

26

26

78,8%

0

0,0%

0,0%

Novo

8

8

8

100,0%

0

0,0%

0,0%

Patriota

5

4

4

80,0%

0

0,0%

20,0%

PC do B

8

5

5

62,5%

0

0,0%

37,5%

PDT

28

24

24

85,7%

0

0,0%

14,3%

PL

40

28

28

70,0%

0

0,0%

30,0%

PMN

1

1

1

100,0%

0

0,0%

0,0%

Pode

10

7

7

70,0%

0

0,0%

30,0%

PP

39

28

27

69,2%

0

0,0%

30,8%

Pros

10

8

8

80,0%

0

0,0%

20,0%

PSB

31

28

28

90,3%

0

0,0%

9,7%

PSC

9

5

5

55,6%

0

0,0%

44,4%

PSD

37

34

34

91,9%

0

0,0%

8,1%

PSDB

32

27

27

84,4%

0

0,0%

15,6%

PSL

53

44

44

83,0%

0

0,0%

17,0%

Psol

10

9

3

30,0%

6

60,0%

10,0%

PT

53

43

38

71,7%

3

5,7%

22,6%

PTB

12

10

10

83,3%

0

0,0%

16,7%

PV

4

3

3

75,0%

0

0,0%

25,0%

Rede

1

1

1

100,0%

0

0,0%

0,0%

Republicanos

31

23

23

74,2%

0

0,0%

25,8%

Solidariedade

14

12

12

85,7%

0

0,0%

14,3%

total

513

421

408

79,5%

9

1,8%

16,8%

Fonte: Câmara dos Deputados/ACN