Bancada Sulista

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Não é para se revoltar. É para pensar

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Há mais de 100 anos, a caça – sim, a caça! – ajuda a preservar as aves nos EUA porque caçadores se unem para evitar que as espécies que amam desapareçam.| Foto: Pixabay

Gazeta do Povo publicou e o Bancada Sulista reproduz na íntegra, o que segue: recentemente pelo menos três textos que deixaram nossos leitores de cabelo em pé. O primeiro argumentava que os filmes do Universo Marvel são melhores do que O Irlandês, a recém-lançada obra-prima do prestigiado diretor Martin Scorsese.

Outro texto que causou calafrios indignados em muita gente foi uma análise da simpática e nostálgica propaganda da Xfinity com o E.T. do filme clássico de Steven Spielberg. Por fim, publicamos um texto que argumentava que o trabalho dos caçadores – sim, dos caçadores! – é importante para impedir a extinção de espécies ameaçadas. Uau!

Muita gente se questiona por que nos damos ao trabalho de divulgar esse tipo de argumentação controversa. E não, não é por causa do culto à polêmica tão típico dos nossos tempos. Nem faz parte de uma estratégia tresloucada de busca pela audiência a qualquer preço. Longe disso! Esse tipo de texto tem como objetivo expor o leitor àquilo que é diferente e até contra intuitivo, aquilo que nos faz mudarmos de ideia (o que é muito raro) ou o que nos ajuda a reforçar nossos argumentos.

 


Pegue o texto sobre a propaganda com o E.T., por exemplo. Todo mundo que assistiu ao comercial ficou emocionado. Afinal de contas, ele apela para uma sensação muito presente hoje em dia, a nostalgia, aquela ideia nem tão saudável assim de que tudo antes era melhor. Além disso, a peça publicitária evoca questões bastante caras a toda uma geração, como o envelhecimento.

E daí aparece um “louco” dizendo que a propaganda mercantiliza o Natal e debocha da nossa herança cultural, da nossa memória coletiva. Revoltante? Para muitos, sim. Mas é preciso estar aberto a esse tipo de argumento que, para ser contradito, requer um raciocínio mais elaborado do que emojis de raiva e pontos de exclamação.

Essa é a graça do jornalismo que pretende promover o debate saudável – que é o objetivo da editoria Ideias. Buscamos fazer com que o leitor tenha acesso a textos que aprofundam as convicções da Gazeta do Povo , claro, mas também nos esforçamos para mostrar textos que façam com que o leitor tenha um olhar novo sobre o tema em questão, um olhar com o qual muitas vezes ele não vai concordar, que vai causar raiva e indignação, mas que é sempre um contraponto necessário, às vezes divertido e às vezes revoltante.