(Brasília-DF, 23/03/2021) Em pronunciamento de rádio e TV na noite desta terça-feira, 23, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o tom ao se referir a doença que já matou mais de 298 mil brasileiros e falou, em tom sereno, que até o final de 2.021, o Brasil aplicará mais de 500 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus (covid-19).
Completamente diferente das suas falas realizadas aos apoiadores que geralmente se reúnem diariamente na entrada do Palácio da Alvorada, onde já fez até piada com a efermidade que vem provocando um colapso nos hospitais públicos e privados de todo o Brasil, Bolsonaro falou ainda que o país já iniciou a vacinação para mais 14 milhões de brasileiros e que, em breve, a vida voltará ao normal.
“Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros. Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes desafios: o vírus e o desemprego e em nenhum momento o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus, como para combater o caos na economia, que poderia criar desemprego e fome”, iniciou.
“Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses da vacina distribuídas para todos os estados da federação, graças as ações que tomamos logo no início da pandemia. Em julho de 2.020, assinamos um acordo com a universidade de Oxford para a produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina Astrazeneca e liberamos, em agosto, R$ 1,9 bilhão. Em setembro de 2.020, assinamos outro acordo com o consórcio Covax Facility para a produção de 42 milhões de doses. O primeiro lote chegou no domingo passado e já foi distribuído para os estados”, complementou.
Recursos
Se esquecendo que já chamou o imunizante produzido pela empresa farmacêutica chinesa Sinovac de “vachina do [João] Dória”, governador de São Paulo, que apoiou desde o início o Instituto Butantan em fechar uma parceria para a produção desta vacina, no Brasil, Bolsonaro disse agora que nunca dificultou a compra de imunizantes contra a doença.
“Em dezembro, liberamos mais de R$ 20 bilhões, o que possibilitou a aquisição da coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan. Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa. E assim foi feito. Hoje somos produtores de vacina em território nacional. Mais do que isso, fabricaremos o próprio insumo farmacêutico ativo, que é a matéria-prima necessária. Em poucos meses, seremos auto-suficientes na produção de vacinas”, completou.
“Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir. Neste mês, intercedi pessoalmente junto à fabricante Pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses, que serão entregues até setembro de 2.021. E também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses para este ano. Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população. Muito em breve, retornaremos a nossa vida normal”, emendou sem informar que nesta terça deu posse ao seu quarto ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que substituirá o general Eduardo Pazuello no cargo.
Solidariedade
Por fim, disse estar solidário às famílias enlutadas de brasileiros que perderam seus entes queridos para a doença.
“Solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. Que deus conforte seus corações. Estamos fazendo e vamos fazer de 2.021 o ano da vacinação dos brasileiros. Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la. Deus abençõe o nosso Brasil”, encerrou.
(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)
19 de Novembro, 2024 às 23:56