(Brasília-DF, 25/03/2021) O líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados, deputado Ricardo Barros (PP-PR), pediu nesta quinta-feira, 25, que a população brasileira atenda a “recomendação da autoridade sanitária” de seus municípios e entenda que o atual momento da pandemia do novo coronavírus (covid-19) está numa situação grave, onde faltam leitos de unidades de terapia intensiva (UTI), medicamentos para intubação e cilindros de oxigênio, necessários para os pacientes que estejam internados com falta de ar.
Na declaração feita a sua assessoria de imprensa, o ex-ministro da Saúde no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) destacou que o atual momento da pandemia é “diferente”, “mais contagiosa” e que “as pessoas precisam entender que” precisam mudar o comportamento e evitarem sair de suas casas, caso consigam. Na oportunidade, o parlamentar paranaense afirmou ainda que a criação de um comitê de crise pelo presidente Bolsonaro nesta quarta-feira, 24, foi uma iniciativa “muito importante para o Brasil”.
Nesta quinta-feira, 25, de acordo com dados do Conselho Nacional dos Secretários estaduais de Saúde (Conass), morreram nas últimas 24 horas, mais de 2,7 mil brasileiros que fizeram os óbitos causados pela doença respiratória, no país, ultrapassarem a marca de 303 mil mortes, desde o início da pandemia em março de 2.020.
“O Brasil quer o combate a pandemia. E se todos os poderes se entenderem sobre isso, é muito melhor. Por que há muita divergência entre estados, municípios e União, entre o judiciário e órgãos de controle. Então eu vejo que foi uma boa iniciativa do presidente Bolsonaro em chamar a todos e discutir com todos a gravidade da pandemia, até por que os presidentes da Câmara e do Senado tem, evidentemente, papel fundamental na aprovação das matérias legislativas não só para o combate a pandemia de saúde, mas também [para] as consequências econômicas, nos empregos e nas rendas das pessoas”, iniciou.
“[É preciso que todos] atendam a recomendação dos órgãos de saúde e que cumpram a determinação que forem feitas em cada município do Brasil. Cada um tem uma situação diferente, portanto, não são as mesmas ações para todos os municípios. Então a recomendação é cumprir a recomendação da autoridade sanitária”, complementou.
Isolamento social
Perguntado sobre a adoção de medidas de restrição na circulação de pessoas para diminuir a curva do contágio e diminuir o número de internações, Ricardo Barros respondeu que isso tem que ser decidido por cada gestor público, que está ciente da situação na sua localidade. “Aí cada prefeito sabe”, falou. Essas medidas vem sendo adotadas atualmente em graus diferentes por alguns governadores e prefeitos, mas com a oposição do presidente Bolsonaro, do qual ele é o líder dos deputados governistas.
A maioria dos gestores estaduais e municipais pede que o Ministério da Saúde adote um “lockdown” nacional – isolamento social – para baixar as infecções e internações. Mas o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já respondeu que essa iniciativa não está “no radar” da sua gestão a frente do Ministério responsável pelo enfrentamento da pandemia. Segundo o ministro, “ninguém quer lockdown” e a “população não respeita lockdown”.
“O Brasil é muito diferente. [Mais de] cinco mil municípios. Cada um sabe o nível da pandemia, a estrutura de saúde que tem e adequa a sua capacidade de atendimento às pessoas. Mas é preciso ter mais preocupação, mais agilidade para não faltar oxigênio, faltar insumos para intubação e para que as pessoas tenham mais cuidados para não precisarem de internação por que estão sem leitos em alguns lugares. Então é um momento diferente da pandemia, que [vem se desenvolvendo de maneira] mais contagiosa e as pessoas precisam entender que é um momento diferente e também ter um momento diferente”, finalizou.
(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)
19 de Novembro, 2024 às 23:56