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CONFLITO NA EUROPA: Kremlin pede apoio dos russos a Putin; aprovada pena de 15 anos para quem falar que há guerra; veículos ocidentais são bloqueados assim como Facebook

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Veículos barrados ( Foto: Política REal) :

(Brasília-DF,05/03/2022) Desde cedo dessa sexta-feira, 4, o Governo da Rússia vem se movimentando para reagir ao mau-momento que vive internamente especialmente pelo início dos efeitos das sanções que sofre pela invasão da Ucrânia assim como a demora na ocupação total com “vitória” sobre o vizinho do leste europeu.  

O Kremlin, informam as agência, apelou para que os russos apoiem o presidente Vladimir Putin.

"Agora não é a hora de estar dividido", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante uma entrevista coletiva, ao responder uma pergunta sobre pedidos de figuras públicas pelo fim da guerra. "Agora é o momento de nos unirmos, de nos unirmos em torno de nosso presidente", afirmou.

Pena de prisão de 15 anos de prisão

 

O Parlamento russo, a DUMA, aprovou uma lei impondo penas que vão de multa a até 15 anos de prisão para quem disseminar intencionalmente "informações falsas" sobre militares do país.

 

Emendas também foram aprovadas para multar ou prender qualquer pessoa que reivindique sanções contra a Rússia.

 

Abrindo a sessão, o presidente do Parlamento, Vyacheslav Volodin, criticou as mídias sociais estrangeiras, depois que o Facebook ficou brevemente inacessível na Rússia nesta sexta-feira.

 

"Todas essas empresas de TI, começando com o Instagram e terminando com as outras, estão sediadas nos Estados Unidos da América. É claro que são usadas como armas. Elas carregam ódio e mentiras. Precisamos nos opor a isso", disse.

 

 

O analista de assuntos russos da DW, Konstantin Eggert, disse que a legislação "foi projetada apenas para calar a boca das pessoas".

 

Rússia bloqueia sites da DW e da BBC

 

O regulador de mídia da Rússia bloqueou o acesso no país aos sites da alemã Deutsche Welle (DW) e de outros meios de comunicação independentes.

 

Sites da DW, da BBC, do portal de notícias Meduza e o site em russo da Radio Free Europe/Radio Liberty, financiada pelos EUA, foram "restritos" a pedido do Ministério Público, segundo a agência estatal.

 

A organização não governamental GlobalCheck também relatou problemas de acesso no Facebook na Rússia.

 

O Ministério do Exterior russo disse na quinta-feira que a BBC estava sendo usada para infiltrações na política interna e na segurança da Rússia.

 

Controle da narrativa pelo Estado russo

 

Jornalistas russos disseram que receberam instruções para publicar apenas informações fornecidas por fontes oficiais russas, que têm descrito a guerra como uma "operação militar".

 

Enquanto a mídia russa controlada pelo Estado adota as narrativas do Kremlin sobre a guerra na Ucrânia, outros meios de comunicação foram forçados a fechar as portas.

 

Na quinta-feira, a estação de rádio Ekho Mosvky fechou após ser retirada do ar devido à cobertura da guerra na Ucrânia. A estação de rádio é de propriedade majoritária da gigante russa de energia Gazprom, mas era uma das últimas mídias de tendência liberal que ainda estava acessível.

 

Horas após o anúncio da rádio Ekho Mosvky, a emissora de televisão independente Dozhd também disse que estava fechando suas portas.

 

Uso de VPN para contornar a censura russa

 

Peter Limbourg, diretor-geral da DW, pediu aos usuários russos que usem, por exemplo, softwares de VPN que contornam os bloqueios do governo russo para continuar acessando o conteúdo da DW.

 

"Vamos todos trabalhar juntos para garantir que os laços entre nós não se rompam completamente", disse Limbourg.

 

"Queremos fornecer a vocês, queridos cidadãos da Rússia, informações independentes nestes tempos difíceis de confronto. Isso inclui afirmar claramente que os intensos combates na Ucrânia são o resultado de uma guerra ordenada pelo presidente Putin e pela qual ele é responsável", acrescentou.

 

Eggert, que descreveu a legislação russa sobre "notícias falsas" como "censura geral", disse que as pessoas ainda podem acessar informações independentes, mas "realmente precisarão correr atrás delas". "Enquanto houver internet, elas podem [acessar as informações]", concluiu.

 

(da redação com informações de agências internacionais. Edição: Genésio Araújo Jr)