Bancada Sulista

Bancada Sulista

NOTÍCIAS

Edson Fachin, em coletiva, diz que a Justiça vai diplomar os eleitos e que aceita sugestões das Forças Armadas, mas não intervenção

Tamanho da letra A+ A-
Edson Fachin no TJ-PR( foto: site do TE)

(Brasília-DF, 29/04/2022) O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral(TSE), participou nesta sexta-feira, 29,  da celebração de um acordo o combate à desinformação e para a implementação de um sistema aprimorado para a apresentação e processamento de prestações de contas eleitorais com o desembargador Wellington Emanuel Coimbra de Moura, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), em Curitiba (PR). Ele concedeu uma entrevista a coletiva. Ele disse que  a Justiça Eleitoral irá realizar eleições em outubro e irá diplomar os eleitos até 19 de dezembro. Esse é o nosso compromisso”. Sobre as Forças Armadas ele disse que “para sugestões, a Justiça Eleitoral está inteiramente à disposição, para intervenção, jamais .”, disse.

Eleições não são ganhas previamente

O presidente do TSE defendeu o compromisso da Justiça Eleitoral com a realização de eleições justas, seguras, auditáveis e livres de fraudes. “Ao contrário do que se alardeia na selva das narrativas falsas, no terreno sujo da fabulação, a inexistência de fraudes é um dado observável, facilmente constatável pela aplicação dos procedimentos de conferência já previstos em lei”, argumentou.

Quanto  as declarações dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Edson Fachin apontou que quem propaga discurso contra as eleições não está interessado na democracia nem na paz social. “Quem esteja interessado na democracia não difunde informação [falsa], não incita a violência, não incita a desobediência quanto ao resultado do escrutínio popular”, disse.

Fachin explicou que as eleições são como um campeonato de futebol, no qual não há time que comece a jogar com o troféu garantido. De acordo com ele, essa conquista só acontece ao longo do processo, no campo da política. E, por mais que alguns jogadores levantem a voz contra os árbitros e exijam uma intervenção descabida na partida, os juízes não jogam e também não fazem parte da torcida.

“Nós não fazemos parte do jogo. Ainda que alguns jogadores se dirijam ao árbitro da partida muitas vezes de maneira pouco elegante, para dizer o mínimo, árbitro não faz parte do jogo”, explicou. Para Fachin, ao árbitro interessa tão somente garantir que o resultado esteja de acordo com o regulamento democrático. E todos, jogadores e times, também devem se comprometer em garantir o cumprimento desse regulamento.

Papel das Forças Armadas

O ministro Edson Fachin explicou que as Forças Armadas já desempenham, tradicionalmente, um papel muito importante nas eleições que ocorrem no país desde 1988, sobretudo na logística de distribuição das urnas eletrônicas e na constituição das forças de segurança que são engajadas em localidades específicas em que é preciso garantir a ordem pública nos dias de votação. “A cooperação tem sido extremamente frutuosa com as Forças Armadas”, frisou.

A participação de representantes das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições, instituída pelo TSE, também foi destacada pelo ministro Edson Fachin. “O diálogo conosco tem sido frutífero, e o intercâmbio de ideias tem sido produtivo”, ressaltou.

Segundo ele, muitas sugestões dos militares foram incorporadas ao processo eleitoral pelo Congresso Nacional dentro do prazo legal, conforme o princípio da anualidade. Entre elas, foram institucionalizadas a unificação do horário de votação no país todo – começando às 6h da manhã no Acre e encerrando às 17h em Brasília – e a divulgação dos Boletins de Urna na internet imediatamente depois de encerrada a votação, portanto, antes da totalização pelo TSE.

Participação de jovens e idosos e combate à desinformação

Segundo Fachin, a democracia depende de uma série de fatores que envolvem todas as camadas da sociedade e da política. Um deles é a harmonia entre os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, que deriva do diálogo, do mútuo respeito e da comunhão de propósitos na preservação do Estado Democrático de Direito e do processo eleitoral. Para o presidente do TSE, onde não há eleições há violência e a incitação do conflito para a solução das divergências.

Fachin destacou que a democracia se faz com a participação de todos, até porque quem não vota deixa quem o faz escolher por si e, assim, acaba abdicando da cidadania. Por isso, para Fachin, o engajamento dos idosos é tão importante quanto o dos jovens. “É importante que se diga da relevância da participação cívica e do voto das pessoas com mais de 70 anos, que são conclamadas a serem jovens sempre. E ser jovem sempre significa participar, ter voz ativa e escolher”, afirmou.

Sobre as ações de combate à disseminação de desinformação nas pequenas praças e nos pequenos grupos, o presidente do TSE explicou que a Justiça Eleitoral tem contado com o contingente de servidores – atualmente cerca de 22 mil pessoas em todo o país – e os colaboradores dos múltiplos parceiros nessa empreitada para atuarem como agentes multiplicadores, alcançando assim o máximo de capilaridade para detectarem os conteúdos falsos e disseminarem informações autênticas. Segundo Fachin, o mais efetivo combate à desinformação se dá, sim, com conteúdo verdadeiro.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr.)