Bancada Sulista

Bancada Sulista

NOTÍCIAS

Sem debate, Bolsonaro deu entrevista a SBT e pool; ele afirmou que não vai pedir impeachment de Alexandre de Moraes, vai dar aumento de servidor, manterá Paulo Guedes e fala de Sérgio Moro

Tamanho da letra A+ A-
Jair Bolsonaro no SBT( foto: reprodução SBT)

(Brasília-DF, 22/10/2022)  Nessa sexta-feira, 22, era para ser um debate presidencial organizado pelo SBT em parceria com um pool de veículos de comunicação -- CNN Brasil, Estadão/Rádio Eldorado, Veja, Terra e Nova Brasil. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) não quis participar, então foi realizada uma entrevista com o presidente Jair Bolsonaro(PL).

Bolsonaro defendeu a política econômica do governo e a permanência do ministro Paulo Guedes na área, prometeu manter o Auxílio Brasil e a correção do salário mínimo e atribuiu ao Congresso o orçamento secreto, Bolsonaro ainda garantiu que não pretende pedir o aumento do número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nem o impeachment de nenhum deles e comentou a reaproximação do o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro.

"Lamento o outro lado não comparecer. Eu vou ficar exposto às perguntas e espero poder corresponder à altura. Temos muito o que falar e mostrar o que o governo fez, como atendeu a todos. O outro lado se esconde. Criam fake news", afirmou o presidente, aos jornalistas, antes da sabatina.

Veja alguns pontos e respostas da entrevista de uma hora.

Sobre Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral:

"Eu já entrei no passado com um pedido de impeachment do senhor Alexandre de Moraes. Não prosperou por decisão do presidente do Senado. O perfil do atual Senado foi mais para a centro-direita, mais independência vamos assim dizer. Eu não pretendo entrar com nenhum pedido de impeachment."

Ministro do STF:

"Da minha parte, não pretendo aumentar o número de ministros. Tem uma proposta na camara de 2013, a senhora Luíza Erundina (PSOL-AP), que 40 deputados do PT assinaram essa. O que a gente vê acontecer no Brasil é um crescente de críticas ao Supremo. E eu parei no tocante a isso. Mas há um tempo vinha falando muito a palavra liberdade e nós devíamos preocupar com isso. Fiquei isolado por muito tempo falando essa palavra como num deserto. Hoje estamos vendo que isso tornou-se quase ordem do dia", disse o presidente.

Sobre Sérgio Moro:

"Ele, como eu, não quer a volta do PT." O presidente aproveitou a pergunta para atacar Lula: "Ele teme que se o Lula voltar vai ser uma desgraça para o Brasil. Por isso nos aproximamos e estamos nos dando bem.

Congresso Nacional:

"O caminho está asfaltado para mim. O Congresso foi mais para a centro-direita. Muitas pautas a gente pode com muito mais agilidade levar para frente. Eu fico imaginando uma pessoa de esquerda como é o Lula com um parlamento de direita. Vai ter atrito o tempo todo, vai ficar prejudicada a governabilidade. E as minhas propostas têm aceitação melhor por parte da sociedade. Não apenas a pauta de costume, bem como essa questão das pautas econômicas", pontuou.

Orçamento Secreto:

"Os parlamentares acham que administram melhor o orçamento. Da minha parte, eu gostaria, mas tenho que ceder." O presidente afirmou que "gostaria que esse orçamento estivesse mais em minhas mãos." "Por vezes você é obrigado a ser curvar para o Legislativo."

Sobre reeleição:

"O que me fez mudar de ideia? O quadro posto para disputar uma eleição minha. Não tínhamos um nome com um perfil parecido com o meu. Estaríamos entregando o Brasil para o PT, para o PDT, ou para o PSB. Seria a volta da esquerda. Então essa fez a minha decisão de nao tocar nesse assunto", disse ele.

Sobre Fake News:

"Primeiro. Da minha parte zero criação de lei nesse sentido (para punir fake news). No começo do ano a Câmara tentou a urgência de um projeto para criminalizar fake news. Eu fiz a minha parte, conversei com Parlamentares (para impedir) e por nove votos a urgência não foi conseguida. Então, hoje em dia, qualquer punição por fake news não tem amparo legal. Não está prevista em lei", disse ele.

Apesar de se dizer contrário às punições para quem mente contra adversários, ele negou que faça uso da prática. "Eu gostaria que apresentasse quais são as minhas fake news. 'Olha, essa matéria aqui foi o presidente que fez, está no Twitter, no Facebook do presidente e é mentira. Me apresente. O PT ele tem, Lula, uma simpatia muito grande por parte dos ministros do Supremo e isso não é novidade para ninguém", criticou o chefe do Executivo.

Aumento de Salário Minino e para servidor:

“O Paulo Guedes falou que vai dar aumento real para o salário mínimo, falou que vai dar aumento real para o servidor. A gente continua nessa maratona, buscando uma reeleição”, disse Bolsonaro.

Desmatamento:

“Os dados mostram que, em outros governos, foram maiores (os índices do) desmatamento. No governo Dilma, houve uma queda, mas o nosso governo foi muito melhor que os anteriores. Estamos tomando medidas, operações, combatendo o crime organizado, tráfico de animais silvestres”, afirmou.

Educação:

 

“Nós estamos alfabetizando as crianças, dando atenção especial à educação básica, remunerando melhor os professores e, por aí, criando uma boa base para esperar, daqui a muitos anos, não poucos anos, colher algo dos cursos superiores”, disse Bolsonaro, após criticar a política do PT de criação de universidades e concessão de créditos a estudantes.

“Diferente do PT, que investiu lá em cima no nível superior fazendo faculdade, endividando a garotada, tanto é que tivemos que fazer um programa para anistiar 99% desses jovens que se formaram e não tinham como pagar o que contraíram em forma de empréstimo”, colocou.

 

( da redação com informações do SBT e CNN Brasil. Edição: Genésio Araújo Jr.)