A sociedade organizada de São Joaquim realizou audiência pública no Auditório do Júri do Fórum da cidade para debater a compra de uma gleba terras, onde a empresa Kabin, pretende realizar uma extensa plantação de pinus entre outras árvores semelhantes.
Acontece que a referida área é onde acontece o maior índice de geados e neve das Serras Catarinense e Gaúcha, por assim dizer, é a maior fonte de notícias de São Joaquim, que só neste ano, ocupou a mídia brasileira e divulgou o bom fenômeno natural que gera a constante divulgação das Serras Catarinense e Campos de Cima da Serra, além de várias cidades dos dois estados.
A audiência pública crucial discutiu o potencial impacto do plantio de pinus na referida área, no Vale do Caminhos da Neve. Esta região, é conhecida por registrar o maior índice geadas por ano, enfrentaria sérios desafios caso o plantio de pinus fosse autorizado.
A audiência foi organizada pelo Ministério Público de Santa Catarina, liderada pela Promotora de Justiça Daianny Cristine Silva Azevedo Pereira, que, junto com sua equipe, reuniu uma ampla gama de participantes. Isso incluiu representantes da Klabin S/A, membros da indústria do turismo de toda a Serra Catarinense, entidades, órgãos públicos e indivíduos preocupados com os impactos negativos potenciais do plantio de pinus na região.
Luiz Carlos do Amaral, chefe da Agência do Casan de São Joaquim, foi o proponente ao MPSC, que resultou na ação civil pública para debater o assunto. Ele expressou preocupações com a falta de regulamentação para o plantio e a necessidade de definir áreas adequadas para essa atividade. “Precisamos discutir como essas atividades econômicas podem ser desenvolvidas sem deficiências no ecossistema e no meio ambiente”, enfatizou.
Representantes da Klabin S/A também participaram da audiência e relataram os esforços da empresa, enfatizando seu compromisso com a preservação do Vale do Caminhos da Neve.
Henrique Luvison, gerente de responsabilidade ambiental da Klabin, destacou que a empresa está ciente da importância da região e está empenhada em preservar sua beleza cênica. “Estamos comprometidos em proteger a área, e desde agosto de 2022, a área está disponível para imagens”, ressaltou.
Órgãos da Serra Catarinense também participaram da audiência, alertando sobre o potencial retrocesso no turismo local se o plantio de pinus for permitido. Ana Vieira, gerente de Turismo da AMURES, enfatizou a importância de discutir essas questões e buscar um equilíbrio entre as atividades econômicas e a preservação ambiental. “A preservação é fundamental, precisamos de regulamentações que priorizem o turismo”, destacou Ana.
A Promotora de Justiça Daianny Cristine Silva Azevedo Pereira expressou sua satisfação com os resultados da audiência, enfatizando a importância de ouvir a população diretamente afetada pelo turismo no Caminhos da Neve. “Obtivemos o compromisso da Klabin S/A em preservar uma área, e agora o MPSC trabalhará para formalizar esse compromisso por meio de um termo de ajuste de conduta e exigência de estudos técnicos para a delimitação e preservação da região”, afirmou.
Agora, aguardamos os desdobramentos dessa ação, com a esperança de que o Vale do Caminhos da Neve possa ser preservado para as gerações futuras e continue a ser um tesouro natural de São Joaquim.
Opiniões
O jornalista, natural de São, atualmente no DGER-Diretoria Geral do Senado da República, Artur Hugen, também manifestou sua opinião, destacando que a audiência chegou ao bom senso de se preservar alguns hectares naquele ponto estratégico da ocorrência do salutar fenômeno da natureza.
Por outro lado, com a união de todos poderemos, através dos órgãos competentes dos dois Estados SC-RS e do Ministério do Meio Ambiente, torna-la em APP-Área de Preservação Permanente. E, finalizou, “eu em Brasília, e o grupo na região, estamos juntos, para o que der e vier”.
Wirto
Já por sua vez, o visionário e empresário Wirto Schaeffer, se manifestou afirmando que “sendo para o bem de todos e não só para uma indústria que pode reflorestar onde quiser, nós temos que permanecer unidos, defendendo nossa fauna, flora e o turismo, que movimenta 56 atividades gera e distribui renda”, conclui.
Da Redação – Fotos: Divulgação –
Edição: Jornalista Artur Hugen
19 de Novembro, 2024 às 23:56