Hoje, 15 de novembro de 2023, marca três anos da partida de uma figura emblemática da política catarinense, Henrique Hélion Velho de Córdova. O ex-deputado federal e ex-governador de Santa Catarina partiu aos 82 anos, deixando um legado significativo nas áreas da cultura, educação e política do estado.
Córdova era um homem multifacetado, apaixonado pela cultura e educação. Sua presença na política foi marcada por diversos cargos, incluindo deputado estadual, deputado federal, vice-governador e governador de Santa Catarina. Além de suas contribuições políticas, ele era um escritor prolífico, deixando um legado de poesia, ensaios políticos e sociais.
Sua trajetória política incluiu momentos cruciais, sendo um dos principais líderes da oposição à ditadura militar em Santa Catarina. Sua partida, há três anos, deixou um vazio na política democrática do estado.
Quem teve o privilégio de conhecer Henrique Córdova destaca sua personalidade única e suas múltiplas habilidades. Mycchel Legnaghi compartilhou suas lembranças, descrevendo-o como “um homem de uma inteligência extraordinária, filósofo, poeta e político, com uma visão profunda da vida.”
Em sua última palestra, realizada em Lages, Córdova enfatizou a importância da juventude, destacando que eles são o futuro do Brasil e devem carregar consigo valores fundamentais como honra, dignidade e esperança.
Seu legado, entrelaçado com cultura, política e educação, continua a inspirar gerações de catarinenses. Henrique Córdova permanece vivo na memória daqueles que reconhecem a importância de sua contribuição para o desenvolvimento e a democracia do estado.
Hoje, relembramos e homenageamos Henrique Córdova, um homem que dedicou sua vida a construir uma Santa Catarina melhor. Que seu exemplo de dedicação à cultura, educação e justiça continue a inspirar as futuras gerações do estado.
Histórico de Henrique Córdova:
Nasceu em 18 de fevereiro de 1938, em São Joaquim/SC. Filho de José Henrique Córdova e de Itamira Batista Velho de Córdova. Casou com Marita Stadler Córdova, com quem teve filhos.
Na terra natal fez os estudos primários, no Grupo Escolar Professor Manoel Cruz, e o curso ginasial realizou no Colégio Diocesano, em Lages/SC. Concluiu o curso científico no Colégio Catarinense, em Florianópolis/SC.
Em 1957, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), fez curso de extensão na Universidade de Santiago do Chile e bacharelou-se em Direito, no ano de 1963. Durante a graduação, elegeu-se Presidente do Centro Acadêmico e foi Chefe Executivo da Federação dos Estudantes Universitários do Rio Grande do Sul (FEURGS).
Exerceu a advocacia na região serrana e sul de Santa Catarina, especializou-se em direito penal, atuando em inúmeros júris pelo Estado. Como muitos jovens na época, defendia reformas de base, com o início do Regime Militar em 1964, por estas ideias foi preso.
Em 1966, atuou no primeiro cargo público, assumiu a Secretaria de Planejamento da Prefeitura de São Joaquim.
Pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), disputou vaga de Deputado Estadual à Assembleia Legislativa de Santa Catarina, com 6.065 votos, ficou na quinta suplência do seu partido, obteve convocação em 1969 para a 6ª Legislatura (1967-1971) e assumiu a função.
No pleito seguinte, com 13.367 votos, elegeu-se Deputado para a Assembleia Legislativa catarinense, pela ARENA, compondo a 7ª Legislatura (1971-1975). Neste período, exerceu a liderança da bancada do partido na Assembléia, entre 1972 e 1974, e participou das Comissões de Justiça e de Ciência e Tecnologia. Ocupou a 1ª Vice-Presidência do diretório da ARENA no Estado.
Nas eleições de 1974, foi eleito Deputado Federal por Santa Catarina, pela ARENA, com 35.399 votos, tomou posse à 45ª Legislatura (1975-1978). Durante o mandato, integrou as seguintes Comissões:
Exerceu a função de 3º Secretário da Fundação Milton Campos, criada pela ARENA, com objetivo de promover pesquisas e estudos no campo político.
Indicado ao cargo de Vice-Governador de Santa Catarina na chapa encabeçada por Jorge Bornhausen, foram eleitos de forma indireta, no ano de 1978. Assumiu o Governo do Estado, entre 14 de maio de 1982 e 15 de março de 1983, após a renúncia de Bornhausen para disputar vaga ao Senado. Interinamente, assumiu o governo Epitácio Bittencourt, Presidente da Assembleia Legilsativa, e Francisco May Filho, Presidente do Tribunal de Justiça.Transmitiu o cargo para Esperidião Amin.
Entre 1983 e 1985, ocupou o cargo de Diretor de Operações Diversas da Caixa Econômica Federal, na capital federal, Brasília.
Em 1986, elegeu-se Deputado Federal Constituinte para a 48ª Legislatura (1987-1988) e para a 48ª Legislatura (1987-1991), pelo Partido Democrático Social (PDS), com 40.634 votos. Iniciou seu mandato na Assembleia Nacional Constituinte em fevereiro de 1987. Nesta legislatura, integrou as seguintes Subcomissões e Comissões:
Filiou-se ao Partido da Frente Liberal (PFL), em 1996, sendo membro do diretório regional e conselheiro da legenda em Santa Catarina. Concorreu duas vezes ao cargo de Prefeito de São Joaquim, nas eleições de 2002 e 2012, não foi eleito nas duas tentativas.Possui na terra natal uma fazenda produtora de maçãs.
Fonte: São Joaquim Olnine - Foto: Divulgação - Postado por Jornalista Artur Hugen
19 de Novembro, 2024 às 23:56