Bancada Sulista

Bancada Sulista

NOTÍCIAS

Dia do Tropeiro: Uma Celebração da História e Identidade Brasileira

Tamanho da letra A+ A-
As tropas seguiam pelos corredores cercados de pedras por centenas de quilometros até Sorocaba em SP, onde eram comercializados

A Academia Sorocabana de Letras, de Sorocaba-SP, está propondo que o dia 13 de julho, seja celebrado o Dia do Tropeiro, uma homenagem à figura milenar do condutor de tropas, que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do Brasil e do mundo. Desde as primeiras excursões de gado bovino para o interior do sertão no século XVI, os tropeiros foram agentes transformadores da sociedade, contribuindo significativamente para a formação econômica, cultural e histórica do país.

No dia 16 de julho de 2024, às 16h, acontece a Audiência Pública de Urupema-SC e é a 2ª do Brasil e a 1ª do Sul do país, embasando o projeto de criação do Dia Nacional do Tropeiro, proposta que envolve 11 estados brasileiros.

A coordenação do projeto está sob responsabilidade da Academia Sorocabana de Letras, de Sorocaba-SP.

A Saga dos Tropeiros

A saga dos tropeiros começou ainda no século XVI, com a movimentação de gado bovino pelas capitanias de São Vicente, Pernambuco e Bahia. No século XVIII, o Ciclo do Muar transformou o Brasil, com tropas de muares percorrendo milhares de quilômetros para atender à demanda do Ciclo do Ouro em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Esses tropeiros enfrentavam jornadas épicas, sem caminhos predeterminados, abrindo novas rotas em meio a florestas, campos e rios caudalosos, enfrentando feras, indígenas hostis e condições climáticas adversas.

Apesar das dificuldades, os tropeiros não apenas conduziam animais, mas também disseminavam saberes, costumes e valores, influenciando a diversidade identitária das regiões por onde passavam. Eles foram responsáveis pela criação de povoados que evoluíram em grandes cidades, interligadas por uma vasta rede viária. Além disso, os tropeiros desempenhavam um papel vital na comunicação, trazendo informações, notícias e cartas para as localidades mais remotas.

Cristóvão Pereira de Abreu: O Patrono dos Tropeiros

A escolha do dia 13 de julho para celebrar o Dia do Tropeiro não é aleatória. Essa data marca o assento de batismo de Cristóvão Pereira de Abreu, um dos mais conhecidos tropeiros que transitaram pelo Brasil, registrado em 13 de julho de 1678 em Portugal. Cristóvão Pereira de Abreu destacou-se no comércio de couro na Colônia do Sacramento e desempenhou um papel crucial na abertura de rotas para o trânsito de gado, contribuindo para o desenvolvimento econômico do país.

Cristóvão foi um hábil diplomata, apaziguando conflitos e melhorando trajetos de tropeiros. Em 1731, ele partiu da Colônia de Sacramento com 800 cavalgaduras com destino a Minas Gerais, iniciando o Ciclo do Muar. Suas contribuições foram reconhecidas pela Coroa portuguesa, que lhe concedeu a metade dos direitos pagos pela passagem de animais no Registro de Curitiba. Por sua fidelidade, honestidade e confiabilidade, Cristóvão Pereira de Abreu é considerado o Patrono dos Tropeiros no Brasil.

O Legado dos Tropeiros

A importância dos tropeiros na formação da identidade nacional brasileira é inegável. Eles não só contribuíram economicamente, mas também foram responsáveis pela unificação do idioma português e pela disseminação de uma riqueza linguística extraordinária. Os tropeiros foram verdadeiros heróis que, com coragem e determinação, ajudaram a moldar o Brasil que conhecemos hoje.

A Academia Sorocabana de Letras, através de uma pesquisa abrangente e discussões sobre a saga tropeira, propôs a criação do “Dia Nacional do Tropeiro”. A data de 13 de julho foi escolhida e aprovada por unanimidade, consolidando o reconhecimento da importância histórica dos tropeiros para o Brasil.

Celebrar o Dia do Tropeiro é reconhecer a importância desses homens destemidos que, ao longo de séculos, contribuíram para o desenvolvimento e a formação da identidade nacional brasileira. É uma homenagem justa e merecida àqueles que, com coragem e determinação, enfrentaram adversidades e deixaram um legado duradouro na história do Brasil.

Fonte: Serras – SC – com informações de Carlos Solera – imagens, pinturas, reprodução do Pinterest, Momentus e de domínio público para divulgação – postado por jornalista Artur Hugen