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Venezuela 'se afasta' da transparência eleitoral, diz Pacheco

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'Numa democracia, a lisura e a transparência do processo eleitoral que assegurem a prevalência da vontade do povo são base essencial e insuperável', afirmou o presidente do Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou em nota oficial divulgada nesta terça-feira (30) que o governo da Venezuela “se afasta” da lisura e da transparência eleitorais.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou a reeleição do presidente Nicolás Maduro após o pleito do último domingo (28). A oposição contesta o resultado, ressaltando que o CNE não divulgou as atas eleitorais que confirmam os totais de votos para cada candidato.

Para Pacheco, o governo Venezuelano não apresenta os valores que garantiriam a legitimidade democrática do processo eleitoral. Ele também afirmou que as violações à democracia devem ser apontadas sem “casuísmo”.

Veja a nota completa:

Numa democracia, a lisura e a transparência do processo eleitoral que assegurem a prevalência da vontade do povo são base essencial e insuperável. O governo da Venezuela se afasta disso ao não demonstrar esses valores com clareza.

A luta pela democracia não nos permite ser seletivos e casuístas. Toda violação a ela deve ser apontada, prevenida e combatida, seja contra quem for.

Sob suspeição

O senador Chico Rodrigues (PSB-RR), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Venezuela, afirmou em entrevista à Rádio Senado que as eleições estão “sob suspeição”. Rodrigues acompanhou o pleito em Caracas, como observador internacional, e relatou que já havia nesse país a expectativa de que o resultado não seria “pacífico e real”. Para ele, o momento é “muito tenso”.

— Os relatórios a serem apresentados serão resultado do que vimos com nossos próprios olhos. Não houve transparência para legitimar o processo. As eleições estão sob suspeição.

O senador observou que a Venezuela é um país com importância estratégica, dadas as condições geopolíticas, e destacou que a normalização desse processo interessa ao Brasil. Para ele, é “impossível” aceitar que os resultados das eleições no país vizinho não sejam transparentes e legitimados pela opinião pública.

— O mais importante de tudo é a apresentação das atas das sessões eleitorais. São elas que legitimam a eleição. O governo [venezuelano] criou dificuldade para divulgar essas atas. Nós observadores achamos muito estranho a proclamação imediata dos resultados. [Isso] criou uma nuvem de dúvidas que agora se reproduziu na reação da oposição, que reclama com razão.

Fonte: Agência Senado – Foto: Pedro França-AS-postado por jornalista Artur Hugen