Investir na interligação estratégica viária, hidrográfica e aérea. Instalar um Centro de Promoção Comercial e de Investimentos em Porto Alegre e outro em uma cidade Argentina com consulado brasileiro.
Unificar as regras dos serviços de migração e de vigilância sanitária nas fronteiras entre os dois países. Finalizar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Estes são os pontos prioritários da Declaração de Corrientes, assinada nesta semana, no encerramento do 2º Encontro de Governadores Brasil-Argentina, na cidade de Corrientes (ARG).
O encontro dá prosseguimento às tratativas iniciadas na reunião em Porto Alegre, em 31 de março deste ano. A intenção é consolidar e ampliar as relações binacionais entre estados brasileiros e províncias argentinas. A declaração segue as diretrizes estabelecidas pelo Plano de Ação acordado entre os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Brasil, Michel Temer, durante visita do argentino à Brasília, em 7 de fevereiro de 2017.
"A reunião foi positiva. As recomendações são aquelas de dar continuidade do processo, da caminhada que estamos fazendo, de reconstrução do Mercosul. E ficou claro que o processo precisa ser objetivo para obtermos mais integração, mais convivência. E os interesses têm que ser compartilhados. Acredito que é unanimidade entre os governadores brasileiros e argentinos que precisamos olhar para frente. Diminuir as tensões internas e, juntos, buscarmos o mercado internacional", avaliou o governador José Ivo Sartori.
O governador de Corrientes, Horacio Colombi, afirmou que a união dos governadores mostra aos governos federais de Brasil e Argentina que "as províncias também fazem parte do Mercosul". Colombi lembrou da necessidade de integração de infraestrutura entre os dois países. "Precisamos de uma nova ponte, ligando a Argentina ao Rio Grande do Sul", enfatizou.
O ministro do Interior da Argentina, Rogério Frigerio, afirmou que a integração entre os dois países "é uma ferramenta eficaz para melhorar a vida dos nossos povos". Frigerio disse que o Plano de Ação prevê o fortalecimento do Mercosul. "Precisamos identificar as dificuldades, apresentar propostas concretas e buscar, juntos, novos mercados".
Para o representante da Embaixada do Brasil na Argentina, Luiz Eduardo Fonseca, o encontro serviu para tomada de decisões que favoreçam a integração das duas nações.
Assinaram a Declaração de Corrientes pelo lado argentino o ministro do Interior da Argentina, Rogério Frigerio; e os governadores argentinos de Corrientes, Horacio Colombi; de Chaco, Oscar Domingo Peppo; de Misiones, Hugo Passalacqua; de Tucumán, Juan Luis Manzur; Entre Rios, Gustavo Bordet; e Mendoza, Alfredo Cornejo.
Pelo lado brasileiro, o documento foi assinado pelo representante da Embaixada do Brasil na Argentina, Luiz Eduardo Fonseca, e os governadores do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori; do Paraná, Alberto Richa; e representantes dos governos de Goiás e de Santa Catarina.
Acompanham Sartori, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Marcio Biolchi, e os representantes do Codesul RS, Vicente Bogo e Jorge Grecelle.
Carta de Porto Alegre
A Declaração de Corrientes segue na mesma linha da Carta de Porto Alegre, que sintetizou os interesses comuns dos estados e províncias, acordados na Reunião de Governadores Brasil Sul e Argentina, ocorrida em Porto Alegre em 31 de março de 2017. A Carta de Porto Alegre oficializa a vontade de promover e aprofundar a integração bilateral, o fortalecimento do Mercosul, o desenvolvimento regional e a busca conjunta de novos mercados internacionais.
A Carta sugere a criação de empresas binacionais para integrar cadeias de valor dos setores produtivos, com ênfase na agroindústria, e de um Centro de Promoção Comercial e Investimentos Argentina-Brasil, com sede em Porto Alegre e outro na Argentina.
Aproximação
Esse encontro é o segundo passo, depois da reunião em Porto Alegre (31/3), para colocar em prática o Plano de Ação, destinado a promover maior integração e desenvolvimento na região e acordado pelos presidentes Michel Temer e Maurício Macri, no dia 7 fevereiro deste ano, durante visita oficial do argentino ao Brasil.
A aproximação do Rio Grande do Sul com o maior parceiro comercial brasileiro no Mercosul começou em agosto de 2016, com a primeira missão oficial do atual governo gaúcho a Buenos Aires. Os contatos na área agrícola foram intensificados na Expointer do ano passado. No início de março deste ano, uma segunda missão oficial gaúcha visitou as províncias de Mendoza e Misiones, e assinou acordos de cooperação em várias áreas.
Artur Hugen, com informações e imagens do GRS
19 de Novembro, 2024 às 23:56