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Agência lança exposição virtual e interativa sobre as três sedes do Senado

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Primeiro foi um Casarão, depois o Palácio Monroe (um lego Gigante) e agora, a casa própria, o edifício modernista que manteve os símbolos arquitetônicos de Poder, como cúpula e colunas, mas de maneira inusitada

No início era um casarão familiar adaptado, aonde os ocupantes chegavam de carruagem. Depois foi um prédio desmontável, como um Lego em escala gigante, erguido primeiro nos Estados Unidos e em seguida no Brasil. Finalmente, veio a casa própria, o edifício modernista que manteve os símbolos arquitetônicos de Poder, como cúpula e colunas, mas de maneira inusitada. Curiosidades como essas e fatos históricos se misturam na exposição virtual Palácios da Memória, lançada pela Agência Senado, no Portal Senado Notícias.

Produzida como parte das comemorações pelo bicentenário do Senado, a exposição é focada na arquitetura, nos símbolos e em momentos marcantes dos três edifícios que serviram de sede à instituição desde 1826 — ano de instalação do Legislativo brasileiro, que havia sido criado pela Constituição de 1824. A ideia é mostrar um lado mais leve do Palácio Conde dos Arcos, do Palácio Monroe e do Palácio do Congresso Nacional, mas sem perder de vista acontecimentos que foram decisivos para a história do Brasil.

— A história do Senado e, por consequência, a história do país, pode ser compreendida também pelo que aconteceu com os palácios: sua construção, seus usos, suas reformas e, no caso do Monroe, a demolição — ressalta o chefe do Serviço de Publicações Especiais da Agência Senado, Bernardo Ururahy.

Mesma opinião tem o repórter Ricardo Westin, que assina os textos da exposição e lembra a dificuldade de obter informações detalhadas sobre o Conde dos Arcos e o Monroe.

— Eles foram sede do Senado numa época em que não havia tanta preocupação com o patrimônio histórico. Aliás, chega a ser um milagre o Conde dos Arcos não ter sido demolido, como foi o Monroe — afirma.

Maquetes virtuais

A exposição apresenta ao leitor três maquetes tridimensionais construídas em computação gráfica a partir de fotos, ilustrações e outros dados disponíveis sobre a arquitetura dos edifícios. Cada uma das maquetes oferece uma trilha de informações em texto e imagem sobre os palácios, ao mesmo tempo em que proporciona um passeio em torno dos prédios.

­— Reproduzir as linhas singulares de Oscar Niemeyer, no Palácio do Congresso Nacional, as volutas e cúpulas do Palácio Monroe e a arquitetura sólida do Palácio Conde dos Arcos foi uma oportunidade rara de conhecer a fundo a lógica de cada construção e o momento histórico que marcou suas criações — conta o designer Fernando Ribeiro, profissional do Serviço de Arte da Agência, responsável pela modelagem 3D e pelas animações das maquetes.

Para se ter uma ideia da extensão do trabalho, depois de feita a modelagem dos três prédios e programados os movimentos da câmera virtual em volta dos palácios, o processamento digital das animações em computador levou cerca de 110 horas para ser concluído. No total, foram gerados 4 minutos de animações em 3D.

— A exposição combina tecnologia, história e arte para oferecer uma experiência imersiva e deixa clara a importância da preservação da memória do país — diz o autor do projeto gráfico da exposição, Diego Jimenez, que também integra o Serviço de Arte da Agência.

Interatividade

A navegação pelo ambiente virtual é outro destaque da mostra. Ela é feita por meio de scrollytelling, técnica que permite ao usuário avançar ou voltar as animações de cada palácio movendo o scroll (roda de rolagem) do mouse no computador ou deslizando a tela do smartphone. Com isso, o internauta tem controle absoluto sobre o ritmo em que as informações de cada palácio vão aparecendo, e a experiência de passear pela exposição acaba se assemelhando a um videogame.

— O leitor aprende sobre a história dos palácios, do Senado e do Brasil enquanto se diverte — afirma a diretora da Agência Senado, Paola Lima.

Para o programador Matheus Bezerra, da Coordenação de TI da Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secom), a parte mais desafiadora do trabalho foi justamente encontrar o equilíbrio entre a performance do ambiente virtual e a experiência do usuário. Esse processo demanda tempo e muitos testes para garantir que tudo funcione.

— Com atenção aos detalhes, a exposição oferece uma forma diferente de consumir o conteúdo — avalia.

Diretora da Secom, Érica Ceolin lembra a importância da exposição virtual para permitir que os cidadãos fora de Brasília também participem dos eventos realizados pela Casa neste bicentenário.

 — É uma oportunidade que agrega comunicação, tecnologia e informação para o cidadão ver, onde quer que esteja, um pouco da história do Senado nesses 200 anos. O que aconteceu com esses prédios reflete bastante o comportamento político de cada época.

Fonte: Agência Senado – Imagens: Agência Senado – postado por jornalista Artur Hugen

Nas imagens abaixo:

A exposição oferece um passeio pela memória do Senado por meio de maquetes virtuais, textos e imagens
Arte de Aguinaldo Abreu sobre imagens de Fernando Ribeiro

Primeira sede do Senado, de 1826 a 1925, o Palácio Conde dos Arcos era um casarão residencial adaptado
P. G. Bertichem/Wikimedia Commons

Pavilhão brasileiro na Exposição de Saint Louis (EUA), em 1904, o Palácio Monroe foi depois remontado no Rio
Arquivo Público Rio de Janeiro

Tanque e carros militares na frente do Congresso: ditadura iniciada em 1964 fechou o Legislativo por quatro vezes
Arquivo Público do DF

Vista atual do prédio do Congresso Nacional e suas cúpulas: a do senado voltada para baixo e a da Câmara voltado para cima

Foto: Agência Senado