Os prejuízos revelados pelo balanço auditado do exercício de 2014 da Petrobras e algumas das consequências da má gestão e da corrupção na empresa foram temas do pronunciamento da senadora Ana Amélia (PP-RS) nesta semana. A companhia registrou no ano passado um prejuízo de R$ 21,587 bilhões, enquanto a baixa contábil pelo esquema de pagamentos indevidos investigado pela Lava Jato foi de R$ 6,194 bilhões.
Em sua fala, Ana Amélia disse esperar que a empresa passe a ser administrada por pessoas que entendam do assunto. A senadora acredita que a presidente Dilma Rousseff tem consciência de que este é o caminho para estatais sensíveis, como a Petrobras e o Banco do Brasil, e alertou para o fato de que somente uma gestão comprometida com resultados poderá tirar a empresa do noticiário policial.
Para Ana Amélia, a corrupção na Petrobras se soma a uma crise de planejamento, que traz impactos negativos sobre toda a economia. Ela lembrou que o cancelamento de projetos da estatal põe em risco 40 mil empregos somente no Rio Grande do Sul e causa retrocesso no projeto de nacionalização de equipamentos.
— Este polo naval mudou totalmente o perfil econômico da metade sul do Rio Grande do Sul, mudando toda a feição de cidades como Rio Grande, São José do Norte e Pelotas. Todos acabaram impactados, de uma hora para outra. Então, quando falamos na Petrobras, pensamos nesse resultado social lamentável — disse.
A parlamentar salientou que, apesar dos problemas, a Petrobras é motivo de orgulho dos brasileiros e precisa ser preservada e recuperada como um “motor” para a economia.
— Ao contrário do que alguém possa imaginar, nós queremos tão somente que ela encontre o seu rumo, retome os trilhos da seriedade, do compromisso, da boa gestão, porque são recursos públicos. A União é a controladora, mas o dinheiro da União é o dinheiro e é o patrimônio dos brasileiros - afirmou Ana Amélia.
Artur Hugen, com Agência Senado e AI, do gabinete/Foto Waldemir Barreto/AS
19 de Novembro, 2024 às 23:56