O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) informou por meio de nota em seu site, publicada na última semana, que o Paraná aumentará a eficiência, a competitividade produtiva, o desenvolvimento de sua infraestrutura de transporte sustentável e a integração regional com a implantação do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transporte, orçado em R$ 1,36 bilhão (US$ 435 milhões).
O banco já concordou em financiar R$ 735 milhões (US$ 235 milhões) do valor total previsto para diversas intervenções no sistema estadual de transporte. Os outros R$ 626 milhões (US$ 200 milhões) sairão da contrapartida do Governo do Estado. As partes aguardam aval da União para formalizar o contrato de empréstimo. “Temos um entendimento muito bom com o banco e o financiamento será fundamental para melhorarmos ainda mais a infraestrutura logística do nosso Estado”, afirma o governador Beto Richa.
O plano apresentado pelo governo estadual inclui 24 projetos rodoviários, com repavimentação de estradas existentes, restauração, expansão e pavimentação de rodovias, num total de 239 quilômetros. Os principais trechos de pavimentação são Irati/São Mateus (PR-364), Pitanga/Mato Rico (PR-239) e Coronel Domingos Soares/Palmas (PR-912). Também estão no programa a duplicação da Rodovia da Uva (PR-418), entre Curitiba e Colombo, e novos contornos em Castro, Pato Branco e Marechal Cândido Rondon.
“O Paraná tem como objetivo melhorar o nível de serviços e a segurança viária na infraestrutura de logística e transporte do Estado”, informa a nota do BID. Para o banco, a estratégia reduzirá custos de operação e o tempo médio de viagem, “assim como o número de pontos críticos de segurança na rede rodoviária e ferroviária”.
Multimodal
Ao citar a importância das intervenções, o banco ressalta que o programa paranaense vai reforçar a multimodalidade de transporte. “Como resultado, o programa reduzirá o custo geral das operações de veículos, facilitará o acesso e tornará mais economicamente atraente o uso de modos distintos de transporte dentro de uma perspectiva multimodal”.
Além dos recursos para modernização das rodovias, o financiamento do BID prevê, também, a criação de pontos de armazenagem de grãos, estacionamentos e áreas de serviços em regiões estratégicas para o transporte de cargas no Paraná. A intenção é construir esses centros em Cascavel, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava e Guaíra.
O texto também destaca que a melhora da infraestrutura rodoviária e ferroviária estadual “aumentará a eficiência das cadeias produtivas pela redução dos custos logísticos e de transporte, possibilitando que as indústrias do estado se tornem mais competitivas e alcancem maior inserção regional e global”.
A manifestação do banco salienta que o programa do Governo do Paraná apoiará o desenvolvimento de instrumentos de planejamento, como planos diretores e estudos para promover o transporte multimodal, e também apoiará a melhora institucional da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (SEIL). Além disso, 4,01% dos recursos da operação serão investidos em atividades de mitigação e adaptação à mudança climática.
“São obras que vão modernizar as rodovias paranaenses e solucionar os gargalos rodoviários em áreas que foram planejadas em décadas passadas. Precisamos adequar as rodovias para impulsionar a economia e projetar novos investimentos em todas as regiões do Paraná”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
Estratégico
Ao descrever o Paraná, o texto publicado no site do BID informa que o Paraná é a quinta maior economia do Brasil e gera 6% do Produto Interno Bruto nacional. É também o quarto maior exportador do país, com uma participação de 7,5% no total nacional.
“O Paraná tem uma posição geográfica estratégica para onde convergem fluxos importantes de comércio intrarregional e internacional e conta com importantes conexões terrestres com os estados vizinhos de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina e também com a Argentina e o Paraguai”, conclui o texto.
A linha de crédito do BID será de US$ 235 milhões, com prazo de amortização de 25 anos, com período de desembolso de cinco anos, carência de cinco anos e taxa de juros baseada na LIBOR.
Artur Hugen, com Aen/GPR/Foto: Divulgação
19 de Novembro, 2024 às 23:56