Fazenda sinaliza que BNDES pode implantar linha de repactuação de dívidas agropecuárias

Ministério fará análise técnica para avaliar necessidade ou não de reunião extraordinária do CMN para efetivação de crédito aos produtores

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deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) reuniu-se com secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi. Para detalhar e esclarecer trâmites burocráticos visando à implantação da linha de composição de dívidas agropecuárias

O coordenador da Comissão Externa do Endividamento Agrícola (CEXAGRI), deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) foi recebido, na semana passada, pela secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi.

O encontro serviu para detalhar e esclarecer os últimos trâmites burocráticos visando à implantação da linha de composição de dívidas agropecuárias.

A interpretação inicial é de que seria preciso a votação e aprovação, por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN), de uma resolução para a efetivação dessa linha de repactuação de débitos.

“Após a reunião do CMN, eu conversei com a secretária Ana Paula e a interpretação do conselho é de que não há a necessidade de aprovação dessa resolução, uma vez que não envolve recursos do Orçamento Geral da União.

Dessa forma, nós já teríamos a condição da implantação imediata dessa linha por parte do BNDES”, destacou Jerônimo.  

O parlamentar acrescentou que, para que não haja nenhum risco, a secretária-executiva da Fazenda determinou que a equipe técnica da pasta aprofunde todas verificações até a próxima terça-feira (3). “Se até lá eles chegarem à conclusão de que precisa uma resolução, o Conselho Monetário Nacional se reunirá extraordinariamente ainda na próxima semana para definir esse último entrave burocrático. Do contrário, já temos esse sinal verde para o BNDES toque adiante a disponibilização dos recursos aos bancos, para que o dinheiro possa chegar aos produtores”, detalhou o coordenador da CEXAGRI.   

Como será a linha

A linha de composição de dívidas agropecuárias vai permitir aos produtores rurais quitar débitos bancários e não bancários, compondo tudo isso num crédito alongado, com 4 anos de carência e 10 anos de prazo para pagamento, num volume máximo de R$ 20 milhões por produtor. “Isto não envolverá o atual custeio. Por isso conseguimos uma carência maior, para que o produtor não tenha prestações concomitantes. Então, teremos 14 anos de prazo total para pagamento. E aguardamos uma redução de juros que ainda não está confirmada. Esperamos uma diminuição entre 0,2% e 0,5%”, esclareceu Jerônimo. A negociação inicial da linha de crédito prevê taxa de juros composta por TLP + 4,7% ao ano, o equivalente a 11%.

O relatório final da Comissão Externa do Endividamento Agrícola já está disponível para conhecimento público e será votado no dia 7 de julho. O texto traz os apontamentos e sugestões legislativas para o enfrentamento da grave crise de renda que atinge diversos segmentos do agronegócio.

Artur Hugen, com AI/Gabinete/Foto: Divulgação

Íntegra do relatório

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=C0A685982BF70E7375A72F23ED2BA829.proposicoesWeb1?codteor=1668596&filename=REL+1/2018+CEXAGRIC