Encaminhadas representações para recuperar R$ 172 milhões de ICMS sonegado no Rio Grande do Sul

Secretaria da Fazenda encaminhou, uma nova relação de empresas apontadas por sonegação de ICMS. Ao todo, são 111 representações fiscais para fins penais que visam recuperar R$ 172 milhões entre o imposto que deixou de ser recolhido, multas e juros

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Secretário Luis Antônio Bins se reuniu com procurador-geral Fabiano Dallazen para tratar do tema

A Secretaria da Fazenda encaminhou, nesta segunda-feira (17), uma nova relação de empresas apontadas por sonegação de ICMS. Ao todo, são 111 representações fiscais para fins penais que visam recuperar R$ 172 milhões entre o imposto que deixou de ser recolhido, multas e juros, conforme indícios de crimes cometidos contra a ordem tributária identificados pela Receita Estadual.

Com mais este lote, o total de representações encaminhadas desde 2015 chega a 1.105 denúncias-crime, somando mais de R$ 2,2 bilhões em impostos sonegados, em valores nominais.

Para o secretário da Fazenda, Luis Antônio Bins, a parceria com o MP é "muito relevante no combate direto ao crime, mas também tem um aspecto cultural para impedir novos casos de sonegação". A entrega ocorreu durante audiência com o procurador-geral de Justiça do RS, Fabiano Dallazen.

As representações correspondem a autos de lançamento de sonegação fiscal lavrados contra contribuintes do ICMS que apresentam indícios de cometimento de crimes contra a ordem tributária. Os trabalhos de auditoria fiscal foram realizados pelas Delegacias da Receita Estadual em diversas regiões do estado e os valores apurados já estão inscritos em Dívida Ativa. A iniciativa permite a análise e a consideração quanto à oportunidade de oferecimento de denúncia-crime contra os autuados pelo MP.

As empresas do ramo industrial configuram quase metade do valor das autuações (49%) enviadas, seguidas pelo varejo (26%), atacado (17%) e serviços e outros (8%). A principal irregularidade verificada é o lançamento de créditos indevidos para abater o valor de imposto que a empresa deveria pagar (62%). Na sequência, estão as omissões de saídas (18%), o uso de empresas de fachada (9%) e outras irregularidades (11%), como por exemplo as relacionadas ao ICMS relativo à substituição tributária, ao subfaturamento das operações e à utilização de documentos fiscais inidôneos.

Entre as representações entregues estão incluídas autuações provenientes de diversas operações em parceria com a Promotoria de Justiça Especializada no Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária e a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto Alegre. Alguns exemplos são as operações Oryza (2015), Pescado (2014 e 2015) e Crédito Fantasma (2012).

"Esta parceria com o MP é extremamente importante para aumentar a percepção de risco e garantir liquidez aos créditos tributários. Essa iniciativa pode implicar, inclusive, na responsabilização criminal dos sonegadores", apontou o subsecretário da Receita Estadual, Mario Luis Wunderlich dos Santos. 

Também estiveram presentes na audiência o secretário-adjunto da Fazenda, Álvaro Fakredin; o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles; promotor de Justiça da Promotoria de Justiça Especializada de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária, Aureo Gil Braga; e o chefe da Divisão de Fiscalização e Cobrança da Receita Estadual, Edison Moro Franchi.

Artur Hugen, com Secom/GRS/Foto: Divulgação/Sefaz

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