Paraná: apreensões de drogas cresce 27,5% e também registra menor índice de homicídios no 1º semestre
No total, as apreensões de drogas cresceram 27,5%, já o número de homicídios caiu 28,5% em relação ao 1º semestre de 2024. É o menor índice de homicídios da série histórica
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(Brasília-DF, 01/08/2025) O trabalho das forças de segurança do Paraná no enfrentamento ao tráfico de drogas resultou em aumento significativo das apreensões de entorpecentes no primeiro semestre de 2025, alcançando o maior patamar da história para o período. Os dados são do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape) da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) e foram divulgados nesta quinta-feira (31).
No total, as apreensões de drogas cresceram 27,5%, passando de 225,8 toneladas no primeiro semestre de 2024 para 287,9 toneladas em 2025. Em comparação com 2018, quando haviam sido apreendidas 45,5 toneladas, o crescimento chega a mais de 532%.
No caso da cocaína, foram retiradas de circulação 2,36 toneladas da droga no 1º semestre. O volume se manteve em patamar similar ao primeiro semestre de 2024, ano com melhor índice até o momento, e representa mais do que o dobro das apreensões que ocorreram de janeiro a junho de 2018, quando elas somaram pouco mais de uma tonelada.
O crack apresentou números estável, com cerca de 1,5 tonelada apreendida, mantendo o mesmo patamar do ano anterior e o triplo do volume de 2018 (584 quilos). Também houve aumento expressivo na apreensão de ecstasy, que passou de 27.329 para 50.126 comprimidos, uma alta de 83,4% em apenas um ano.
"O Paraná vem batendo recordes na apreensão de drogas. Em 2023 já fomos o Estado que mais apreendeu entorpecentes no País e, desde então, estamos aumentando a quantidade de drogas retirado das ruas. São drogas que, pelo volume, não ficariam só no Paraná, iriam para outros estados do País", afirmou o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira.
O avanço expressivo de apreensões é resultado direto do fortalecimento da atuação integrada das polícias Civil, Militar, Penal e Científica em todo o Estado, com foco estratégico nas principais rotas de tráfico e nas regiões de fronteira, especialmente na região Oeste. A vigilância constante em áreas de acesso internacional e rodovias estaduais, com apoio de policiais rodoviários estaduais, tem contribuído para interceptações mais eficazes.
Um exemplo recente ocorreu na terça-feira (29), em Foz do Iguaçu, onde uma ação integrada da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal resultou na apreensão d732 quilos de maconha, além da prisão de dois homens. Na semana anterior, os agentes de segurança pública estaduais também desativaram um porto clandestino usado para o tráfico de drogas em Guaíra, na fronteira com o Paraguai.
"Em alguns dias de operação na região Oeste, tiramos toneladas de maconha daquela área, além da apreensão de armas de fogo e da prisão de uma série de pessoas envolvidas com o crime. São ações coordenadas que impactam de maneira decisiva no crime organizado, porque é uma atividade que financia outras formas de criminalidade. Por isso, o combate ao tráfico é uma das nossas prioridades", destacou o secretário.
O trabalho de combate ao narcotráfico também vem sendo reforçado com investimentos do Governo do Estado na estrutura das forças de segurança. A Sesp ampliou a frota com novas viaturas, embarcações e aeronaves equipadas com tecnologia de ponta, como câmeras térmicas, sistemas de comunicação em tempo real e sensores de alta precisão. Esses equipamentos permitem maior alcance e agilidade nas operações policiais, especialmente em áreas de difícil acesso.
As apreensões impactam diretamente o enfraquecimento das estruturas do crime organizado, dificultando a logística do tráfico e reduzindo a circulação de entorpecentes em áreas urbanas e rurais, bem como o envio de cargas para outros estados e países.
Comparação com outros estados
Em 2024 mais de um terço de todas as apreensões de drogas no Brasil, foram feitas no Paraná, segundo o Anuário de Segurança Pública, que permite comparação mais ampla com outros estados. O Paraná respondeu por 36,5% das apreensões de maconha e cocaína. Foram 769,4 mil kg de entorpecentes (769 toneladas) retirados de circulação, tanto pelas forças de segurança estaduais (Polícia Militar e Polícia Civil), quanto pelas forças federais. Em todo o País foram retiradas de circulação cerca de 2,1 milhões de quilos de drogas.
Em 2025, de acordo com o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), que também reúne informações de forças federais, as apreensões continuam altas. O Paraná só fica atrás do Mato Grosso do Sul.
Paraná alcança menor índice de homicídios da série histórica no 1º semestre de 2025
O Estado também “registrou uma expressiva queda nos crimes contra a vida no 1º semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pela Secretaria da Segurança Pública, com base em informações do Centro de Análise, Planejamento e Estatística da Secretaria da Segurança Pública (Cape/Sesp).
O número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que englobam diferentes formas de mortes intencionais – como homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte –, caiu 28,5% em relação ao 1º semestre de 2024, passando de 940 para 672 registros. É o menor índice de homicídios da série histórica.
Dentro desse grupo, os homicídios dolosos – aqueles cometidos com a intenção de matar – tiveram retração de 29%, passando de 889 para 631 vítimas entre os seis primeiros meses de 2024 e 2025. No comparativo com 2018, quando 1.033 pessoas perderam a vida por causa deste tipo de crime, o índice de homicídios dolosos já caiu aproximadamente 39%”, afirma o secretário.
Segundo o secretário da Segurança Pública, a evolução é resultado da intensificação do policiamento ostensivo e do trabalho de investigação em todas as regiões do Estado, aliados ao uso de tecnologias, ações de inteligência e à integração entre as forças de segurança.
"Todo investimento que o governador Ratinho Junior tem feito no reaparelhamento das polícias, com inteligência, com tecnologia, com reestruturação e contratação de efetivo para todas as polícias, tem dado muito certo. Isso tem se refletido em uma maior integração entre as forças policiais e resultado em maior eficiência na proteção de vidas e no combate ao crime", afirmou.
Os casos de lesão corporal com resultado morte apresentaram uma das maiores quedas do semestre: 42,4%, passando de 33 para 19 vítimas. Os feminicídios também caíram, uma redução de 2%, de 49 para 48 casos.
55% das cidades sem homicídios
A melhora nos índices de violência letal também se reflete no aumento do número de municípios paranaenses sem homicídios dolosos. No primeiro semestre de 2024, eram 192 cidades sem registro desse tipo de crime. Em 2025, o número subiu para 221, o que representa 55% dos municípios do Paraná. Em outras 93 cidades (23%) só houve um caso registrado.
Em Curitiba e Região Metropolitana, por exemplo, os homicídios dolosos caíram 22%, passando de 230 para 179 ocorrências. Neste ano, a Sesp lançou, em parceria com a Guarda Municipal de Curitiba, a Operação Centro Seguro, que intensificou o policiamento ostensivo na região central da Capital.
Dignidade sexual
O Paraná também apresentou redução entre os crimes contra a dignidade sexual. O número de estupros caiu de 3.814 para 3.100, uma diminuição de 18,7%. No geral, os crimes contra a dignidade sexual registraram queda de 11,54%, passando de 6.670 ocorrências em 2024 para 5.900 em 2025. Para que os índices continuem a cair, o Governo do Estado tem ampliado as iniciativas do programa Mulher Seguira.
Também houve redução nos crimes classificados como contra a pessoa, que englobam uma série de delitos com impacto direto sobre a integridade física e emocional das vítimas. O total caiu de 143 mil para 139 mil registros, uma retração de 2,5%. Os crimes de ameaça recuaram 6,9%, passando de 2.998 para 2.790. Já os casos de lesão corporal tiveram queda de 8,2%, passando de 38,2 mil para 35,1 mil ocorrências.
Os resultados positivos do primeiro semestre de 2025 consolidam uma tendência de redução da criminalidade em todo o Paraná. Em 2024, o Estado já havia alcançado os melhores índices da série histórica do Cape, iniciada em 2007. Agora, com novas quedas em praticamente todos os indicadores, o Paraná atinge seu melhor patamar em relação à criminalidade em quase duas décadas.
(Redação, com AEN e assessorias – Edição: Bancada Sulista)