Deficiência em políticas públicas federais aponta Relatório do TCU
Relatório identifica eficiências nos processos de formulação, implementação e alcance de metas e resultados de nove ações fiscalizadas pelo TCU
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(Brasília-DF, 11/11/2025) Aprimorar a formulação e a execução de políticas públicas identifica TCU. “A conclusão é do Relatório de Fiscalizações em Políticas e Programas de Governo (RePP)”, publicado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e apresentado nesta terça-feira (11) em evento promovido pelas Consultorias de Orçamentos do Senado (Conorf) e da Câmara dos Deputados.
O relatório identifica “deficiências nos processos de formulação, implementação e alcance de metas e resultados de nove ações fiscalizadas pelo TCU”. Os auditores analisaram a execução dos seguintes programas:
- Bolsa Família;
- Mais Médicos;
- Política Nacional Aldir Blanc (de incentivo à cultura);
- Estratégia Rotas de Integração Regional (de incentivo a cadeias produtivas regionais);
- Previdência Social Rural;
- Política Nacional de Manutenção Rodoviária;
- Plano Setorial de Transporte Ferroviário;
- Plano Nacional de Segurança Hídrica; e
- Política Nacional de Segurança de Barragens.
O TCU identificou no ‘Bolsa Família’, fragilidades na formulação e na implementação do programa. O RePP aponta “problemas como ausência de critérios formais para balancear erros de inclusão e exclusão; diagnóstico desatualizado da pobreza no Brasil; necessidade de reformulação de objetivos; e deficiência nos mecanismos de monitoramento e avaliação”.
Os auditores mencionam no ‘Mais Médicos’, “ausência de comprovação de problemas apontados; falta de evidências de que o programa fosse a alternativa mais adequada; objetivos pouco claros; e indicadores e metas incompletos”.
O tribunal fez 42 recomendações a ministérios para aprimorar a formulação das políticas e melhorar os processos de governança, possibilitando a mensuração de resultados.
Qualidade
Aproximação entre as áreas técnicas do TCU e do Parlamento dá mais qualidade ao gasto público diz o consultor-geral da Conorf, Flavio Luz.
“Essa aproximação é estratégica, justamente por conta das informações que estão contidas no relatório. Que a gente possa inserir o máximo possível esse suporte técnico no debate político. Aproximar o ciclo de políticas públicas do ciclo orçamentário e, com isso, ter uma decisão embasada em evidências para alocação dos recursos públicos”, disse.
O objetivo das fiscalizações descrita RePP é “gerar valor público”, explicou a secretária-geral de Controle Externo do TCU, Juliana Pontes de Moraes,
“É o aumento da confiança dos cidadãos nas instituições, garantia de eficácia e promoção da eficiência. O valor tem que ser percebido pela sociedade. Não basta saber se o orçamento está regular. Esse conhecimento tem que gerar valor para a população”, registrou.
(Da Redação, com Ag. Senado – Assessorias – Edição: Artur Hugen)