Controle de fronteira na pauta de votações da Câmara

Proposta proíbe comercialização de produtos importados que não tenham passado por análise de resíduos químicos de agrotóxicos

Publicado em
Projeto de Lei 3487/2012, de autoria do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS)

O Plenário da Câmara dos Deputados pode votar nas próximas semanas o Projeto de Lei 3487/2012, de autoria do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). O parlamentar destaca que já conseguiu as assinaturas necessárias no requerimento de urgência da proposta, o que garante maior agilidade na tramitação.

A matéria proíbe a comercialização e a estocagem de arroz, trigo, feijão, cevada, aveia e cebola importada, que não tenham passado por análise de resíduos químicos de agrotóxicos e de princípios ativos usados na industrialização desses produtos.

Segundo Jerônimo, a proposta tem como objetivo proteger a saúde dos consumidores brasileiros e manter a competitividade da indústria nacional. “Todos os dias entram pelos nossos portos e fronteiras toneladas de produtos produzidos com agrotóxicos cujos princípios ativos não são permitidos pela legislação nacional. Além de poderem afetar a saúde humana, esses produtos são comercializados com preços muito abaixo dos praticados no Brasil, produzindo uma concorrência desleal com nossas empresas e produtores”, explicou o parlamentar. Jerônimo esclarece que os agroquímicos usados nos países que integram o Mercosul não possuem registro junto aos órgãos ministeriais brasileiros. Segundo o projeto, a inspeção para certificar a ausência de toxicinas prejudiciais à saúde deverá ser atestada por certificado ou laudo técnico. O projeto também obriga a pesagem de veículos que transportem esses alimentos e a apresentação do certificado pelo condutor.

O presidente da Câmara dos Deputados (DEM-RJ) recebeu a posição do Palácio do Planalto, contrária à aprovação do controle de fronteira. Antes de colocar o tema em votação em Plenário, Jerônimo deve se reunir com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Refinetti Guardia, para discutir o assunto. “Estamos propondo um projeto de saúde pública e preservação ambiental. No entanto, a preocupação do governo é econômica. Ou seja, teremos muitas dificuldades em convencer o Planalto de que o agronegócio perde nessa concorrência com o Mercosul. O importante, para nós, é que tenhamos uma compensação. Se o governo não quer o controle de fronteiras, que dê mais competividade ao agronegócio”, finalizou Jerônimo.

Artur Hugen, com AI/Apolos Paz/Foto: Divulgação

O projeto na íntegra

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=537944