TARIFAÇO

Levantamento da CNI revela que estados deverão ter perdas superiores a R$ 19 bilhões com o tarifaço; Rio Grande do Sul vai ser o segundo com mais perdas financeiras, em terceiro vem Paraná e quarto, em perdas, Santa Catarina

Em volume, prejuízo é maior e bilionário para Sul e Sudeste

Por Política Real com assessoria
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Levantamento sobre o. cenário em Santa Catarina Foto: imagem do site da Ag. CNI

(Brasília-DF, 29/07/2025) Nesta terça-feira, 29 a Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgou levantamento “RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE BRASIL E EUA:DESTAQUES NACIONAIS E ESTADUAIS”.   O estudo revela que o aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, previstas para 1º de agosto, pode provocar impactos econômicos relevantes e desiguais entre as unidades da federação, com perdas superiores a R$ 19 bilhões para os estados brasileiros.

"A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras. Há estados em que o mercado americano é destino de quase metade das exportações. Os impactos são muito preocupantes", avalia Ricardo Alban, presidente da CNI.

Em volume, prejuízo é maior e bilionário para Sul e Sudeste 

Em termos de impacto financeiro, os estados do Sudeste e do Sul serão os mais prejudicados, apesar de contarem com maior diversificação de mercados na pauta exportadora. 

Depois de São Paulo, que acumula maior perda financeira, Rio Grande do Sul e Paraná são os estados mais afetados, com base em dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Ocupando o segundo lugar de estado com maior impacto com o tarifaço, com potencial de retração de R$ 1,917 bilhão no PIB, o Rio Grande do Sul, teve os Estados Unidos como 3º maior destino de exportações, que totalizaram US$ 1,8 bilhão, representando 8,4% do total exportado. Os principais setores exportadores do estado são produtos de metal (US$ 322 mi, 17,4%), fumo (US$ 237 mi, 12,8%), couro e calçados (US$ 188 mi, 10,1%). 

No caso do Paraná, os EUA também aparecem como o 3º principal destino comercial. Em 2024, o estado exportou US$ 1,5 bilhão ao mercado americano, o que corresponde a 6,8% do total exportado no ano, sendo 97,5% provenientes da indústria de transformação. Madeira (US$ 614 mi, 38,7%), alimentos (US$277, 14,3%) e máquinas e equipamentos (US$ 217 mi, 13,7%) estão entre os principais setores exportados. O PIB estadual pode perder R$ 1,914 bilhão com o tarifaço de Donald Trump. 

Santa Catarina aparece em quarto lugar na lista de maior prejuízo financeiro (R$ 1,7 bi), mas é o estado com a segunda maior queda no PIB prevista: -0,31%. Quase tudo que o estado vende aos EUA vêm da indústria (99%): madeira (US$ 650,7 milhões, 37,2%), automóveis (US$ 258,6 mi, 14,8%) e máquinas e materiais elétricos (US$ 232,5 mi, 13,3%). 

Em 5º lugar, Minas Gerais pode amargar perdas de R$ 1,6 bilhão (-0,15% no PIB). A participação da indústria nas exportações aos EUA foi de 66,1% em 2024. No total, Minas exportou US$ 4,6 bi aos americanos no ano passado, com destaque para metalurgia (US$ 1,7 bi, 37,6%); produção vegetal, animal e caça (US$ 1,5 bi, 33,6%) e alimentos (US$ 276 mi, 6%). OS EUA são o 3º maior destino das vendas externas do estado.

(da redação com informações da Ag. CNI. Edição: Política Real)