Senado vota propostas de combate contra à violência e Selo Cidade Mulher .
Os municípios assinam o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, bem como o combate à exploração sexual de meninas e adolescentes e ao tráfico de mulheres
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(Brasília-DF, 04/08/2025) A conscientização e o combate a violência contra a mulher, pode ser votado pelos senadores nesta quarta-feira (6) com destaque para a campanha ‘Agosto Lilás’. As duas propostas têm o mesmo objetivo,
O projeto ‘O Selo Cidade Mulher’, cria a homenagem e vai reconhecer os municípios que se destacarem na execução de políticas públicas para o bem-estar feminino. Os senadores também podem votar uma proposta que denomina oficialmente como Lei Maria da Penha a legislação de combate à violência contra a mulher já conhecida popularmente dessa forma.
O Projeto de Lei 4.178.23 é da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), e confere à Lei 11.340, de 2006, o nome da farmacêutica cearense que ficou paraplégica após tentativa de assassinato pelo ex-marido. “Em busca de justiça, ela denunciou o Brasil à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, alegando que o país foi conivente com o criminoso. A comissão interamericana, então, responsabilizou o Brasil pela violação dos direitos de Maria da Penha e recomendou o aprimoramento da legislação”, consta do relatório.
O projeto foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado com relatório do senador Flávio Arns (PSB-PR). Para ele, a “lei simboliza a luta e a redenção de Maria da Penha, que batalhou incansavelmente por justiça, e representa um marco no combate à violência doméstica e familiar”.
Arns ressalta que “a lei transformou a briga entre marido e mulher, antes tratada como problema privado, em assunto de relevância pública”. Ele afirma ainda que “a norma vem sendo aprimorada constantemente e é considerada uma das melhores legislações para combater a violência doméstica e familiar”.
“Seus efeitos são extraordinários: expôs a questão do machismo como elemento cultural enraizado na formação de nossa sociedade; iniciou um movimento poderoso pela desnaturalização da violência doméstica e familiar, inserindo o tema na agenda pública; encorajou milhares de vítimas a buscar proteção, acolhimento e autonomia financeira e afetiva; contribuiu para impedir milhares de agressões e de mortes”, enfatiza.
Cidade Mulher
O PL 2.249.2024, da deputada Nely Aquinos (Podemos-MG), cria o Selo Cidade Mulher, a ser conferido aos municípios que se destacarem na efetividade das políticas públicas específicas para o bem-estar das mulheres.
A proposta foi aprovada na CDH com parecer favorável da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP).
De acordo com a matéria, a avaliação da adesão às políticas públicas para mulheres será feita observando-se cinco critérios:
Busca da igualdade efetiva entre mulheres e homens
Combate à discriminação
Universalidade dos serviços e benefícios ofertados pelo Estado
Participação das mulheres em todas as fases das políticas públicas
Transversalidade como princípio orientador das políticas públicas
A proposta também considera relevante a “assinatura, pelos municípios, do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, bem como o combate à exploração sexual de meninas e adolescentes e ao tráfico de mulheres. A promoção dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão é outro ponto observado para a concessão do selo”.
Isenção de visto
Os senadores votam ainda o projeto que garante aos brasileiros o direito de permanecerem em países europeus por até 90 dias sem visto (PDL 479.2023). Essa permissão já existe, mas o texto deixa a contagem do tempo mais precisa. Se aprovado, o projeto de decreto legislativo, que tem relatoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), vai à promulgação.
Desde 2012, cidadãos brasileiros podem entrar e permanecer sem visto em países europeus por no máximo três meses, desde que a viagem tenha objetivos turísticos ou de negócios. Segundo o PDL, a contagem em meses não é suficientemente precisa e pode dar origem a "incertezas e dúvidas" no controle migratório europeu
Com a atualização, a isenção de visto será por um período máximo de 90 dias a cada 180 dias. A contagem do período terá início no dia da primeira entrada e é possível entrar e sair diversas vezes.
Polícia científica
Com a retoma2019da das atividades, os senadores também poderão votar, em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição que inclui as polícias científicas entre os órgãos de segurança pública. A PEC 76.2019, passará pela quinta e última sessão de discussão para análise em primeiro turno.
Pela proposta, apresentada pelo então senador Antonio Anastasia (MG), “essas instituições passarão a ter uma direção própria e regras criadas por leis estaduais ou distritais. O projeto também unifica a nomenclatura adotada para os órgãos de perícia criminal no Brasil. Ao longo dos anos, conforme foram se desvinculando das polícias civis, eles receberam nomes diferentes em cada estado”.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já votou a matéria, com relatório da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO). Na avaliação dela, a “garantia constitucional prevista na PEC vai reforçar a autonomia das polícias científicas, que respondem pelas perícias nas investigações criminais e destaca que em vários estados as polícias científicas já estão separadas da polícia civil”, conclui.
(Bancada Sulista, com Ag. Senado e assessorias)