31 de julho de 2025
Produtores Rurais

Heinze relata na Expointer acordo de renegociação de dívidas do crédito rural para produtores de todos os portes

MP cria um novo programa emergencial de renegociação das dívidas do crédito rural, contemplando produtores de todos os portes

Por Redação, com Assessorias – Edição: Artur Hugen
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Senadores Heinze e Mourão, secretário de Política Econômica do MF, Guilherme Mello, vice-presidente de Agronegócios do BB, Gilson Bittencourt, presidentes da Farsul, Gedeão Pereira e Fetag, Carlos Joel com representantes de produtores rurais - Foto: Assessoria de Imprensa do gabinete

(Brasília-DF, 05/09/2025) O Senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), relatou durante a Expointer 2025, reunião realizada em seu gabinete, que firmou a renegociação de dívidas do crédito rural para produtores de todos os portes. Participaram o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, com o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, com os presidentes da Farsul, Gedeão Pereira;  da Fetag, Carlos Joel, além de representantes dos movimentos de produtores rurais.

O encontro resultou no fechamento de um acordo para a edição de uma Medida Provisória destinada a criar um novo programa emergencial de renegociação das dívidas do crédito rural, contemplando todos os portes de produtores.

A negociação sinaliza a aplicação imediata de R$ 12 bilhões, com possibilidade de suplementação em 2026 e prazos de desembolso de nove anos, incluído 12 meses de carência, de forma que o produtor só começará a pagar as parcelas em 2027.

Todas as dívidas do crédito rural estarão contempladas, inclusive as contratadas com juros livres, CPRs e débitos com fornecedores. As parcelas renegociadas de safras anteriores, com vencimento até 2027, poderão ser somadas ao saldo devedor atual e incorporadas dentro da nova linha de financiamento, unificando os compromissos do produtor. “A regra vai permitir migrar contratos de crédito livre para as novas condições e substituir dívidas mais caras por crédito rural controlado”, destaca Heinze.

A proposta indica que os débitos serão divididos em três faixas principais: os agricultores familiares enquadrados no Pronaf poderão renegociar até R$ 250 mil, com juros anuais de até 6%; os médios produtores do Pronamp terão limite de R$ 1,5 milhão, com juros de até 8% ao ano; Outros produtores poderão refinanciar o total de R$ 3 milhões, com juros de até 10% ao ano.

Valores acima desses limites serão renegociados com juros livres, mas limitados à Selic acrescida de um percentual que não ultrapasse 20% ao ano. Uma regra de transição permitirá que, quando a dívida exceder um limite, a parcela dentro do teto seja beneficiada com o juro mais baixo, e apenas o valor superior passe a ser enquadrado na categoria posterior.

Segundo estudo do Banco do Brasil e da assessoria técnica da Farsul, mais de 95% dos produtores se encontram dentro desses limites definidos. Isso significa que a grande maioria dos agricultores será atendida com condições mais favoráveis.

Quem será beneficiado, objetivamente já está definido. Documentos que cumpram decretos de emergência no município, o produtor deverá comprovar duas perdas superiores a 30% na lavoura entre 2020 e 2025, conforme os critérios da MP. Dívidas judicializadas e já renegociadas com vencimento até 2027 poderão entrar. Na prática, o caminho é simples: o produtor vai até uma instituição financeira ou cooperativa com os contratos e a documentação das perdas; o banco faz a simulação, consolida os saldos nas faixas e formaliza as novas condições.

Garantia é crucial para o produtor, os bancos fazem uma  nova reavaliação de risco do cliente, observando histórico, capacidade de pagamento e documentação. As novas contratações serão firmadas com base nessa avaliação atualizada.

Segundo o secretário Guilherme Mello, será constituído um comitê de acompanhamento, responsável para supervisionar a execução da linha de crédito e avaliar a necessidade de aplicação de mais recursos em 2026.

Heinze alertou para a importância desse espaço e garantiu que fará um monitoramento próximo: “Esse comitê é fundamental para garantir que os recursos cheguem de fato aos produtores. Eu mesmo vou acompanhar semanalmente o trabalho desse grupo, porque não podemos correr o risco de ver os agricultores desassistidos novamente. A linha precisa atender quem está lá na ponta e que precisa desse recurso para retomar sua atividade”, afirmou.

A MP está prevista para ser publicada na próxima semana. Ao mesmo tempo o senador gaúcho trabalha para reduzir ainda mais os juros nas faixas reguladas, buscando levar os patamares a 4%, 6% e 8%.

O senador destaca que a medida provisória resolve o sufoco imediato e destrava a operação da próxima safra, mas que segue trabalhando para aprovar a securitização das dívidas do setor – PL 320/25 -, de sua autoria, e que o projeto 5122/23 também permanece no debate.

“Sabemos que não é a solução perfeita, mas foi o possível de alcançar neste momento. Temos exemplos de tantas outras renegociações, como as promovidas em 1999 e 2000 e, posteriormente, em 2008, quando conseguimos avançar e permitir condições bem melhores aos produtores”. 

Saiba mais:

  • Pronaf – até R$ 250 mil, com juros de 6% ao ano;
  • Pronamp – até R$ 1,5 milhão e juros de 8%;
  • Demais produtores – até R$ 3 milhões, 10% ao ano de juros;
  • Acima de R$ 3 milhões – juros livres, baseados na Selic + percentual fixo com teto de 20% anual;
  • Transição entre faixas para quem exceder o limite;
  • Prazo de nove anos e pagamento inicial a partir de 2027;
  • Aplicação inicial de R$ 12 bilhões;
  • Dívidas de outras linhas, inclusive cheque especial e cartão de crédito, poderão entrar nos limites controlados.

Da Redação, com Assessorias – Edição: Artur Hugen