31 de julho de 2025

Dário exige solução de falha no sistema de inscrição do FIES

O presidente da CE, senador Dário Berger, exigiu do governo federal rapidez para problema técnico que impede matrícula de mais de 20 mil estudantes que se inscreveram no Fundo de Financiamento Estudantil

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Senador Dário Berger(MDB-SC) presidente da Comissão de Educação

O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), senador Dário Berger, exigiu do governo federal rapidez na solução do problema técnico que vem impedindo a matrícula de mais de 20 mil estudantes que se inscreveram no Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).

O resultado do processo seletivo do Ministério da Educação (MEC) saiu no dia 25 de fevereiro e, desde então, milhares de estudantes não conseguem firmar seus contratos com a Caixa Econômica Federal, instituição responsável pela administração financeira do programa. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o sistema está fora do ar desde o dia 14 de março. Falha que o senador classificou como inadmissível e inaceitável.

De acordo com Dário, ao cobrar uma explicação dos responsáveis, houve um jogo de empurra entre o MEC e o FNDE.

“O MEC diz que o responsável pelo problema é o FNDE. Procurei, então, o FNDE. Disseram-me que o problema do sistema é do MEC, que eles não tinham qualquer ingerência sobre isso e que estavam de mãos atadas. Informaram-me, então, que as instituições de ensino eram obrigadas a efetuar a matrícula dos alunos que já estivessem inscritos no programa do FIES, por força dos termos da Portaria nº 209, de 2018, que regulamenta o programa. Ou seja, o MEC empurra a responsabilidade para o FNDE, o FNDE empurra a responsabilidade para o MEC e para as instituições de ensino”, explicou.

Berger ainda acrescentou que “enquanto esse jogo de empurra-empurra acontece, os jovens estão sem poder frequentar as aulas, em peregrinação há mais de um mês entre as agências bancárias e suas instituições de ensino, tentando resolver um problema que afeta diretamente as suas vidas e as de seus familiares também e que ninguém consegue resolver ou pelo menos se responsabilizar”.

Entenda o problema

Para firmar o contrato é necessário que o estudante esteja portando o DRI (Documento de Regularidade de Inscrição). Este documento é emitido pelo MEC e encaminhado às universidades, mas até agora a maioria dos documentos não foram emitidos. Quando os estudantes conseguem o DRI, esbarram noutro impasse: o MEC não encaminhou à Caixa Econômica Federal os dados dos estudantes para a confecção dos contratos.

“Não é possível que a pasta mais importante para o país não consiga resolver um simples problema técnico, relativo a um dos seus projetos mais relevantes, que é o Fies. A Comissão de Educação não se omitirá, de forma alguma, ante as necessidades de nosso País e, sobretudo, de nossos estudantes mais carentes, para que tenham seus direitos assegurados e garantidos”, concluiu Dário.

O que é o FIES

O Fundo de Financiamento Estudantil(Fies) é um programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores não gratuitas na forma da Lei 10.260/2001. Podem recorrer ao financiamento os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação.

Em 2010, o FIES passou a funcionar em um novo formato: a taxa de juros do financiamento passou a ser de 3,4% a.a., o período de carência passou para 18 meses e o período de amortização para 3 (três) vezes o período de duração regular do curso + 12 meses. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) passou a ser o Agente Operador do Programa para contratos formalizados a partir de 2010. Além disso, o percentual de financiamento subiu para até 100% e as inscrições passaram a ser feitas em fluxo contínuo, permitindo ao estudante o solicitar do financiamento em qualquer período do ano.

A partir do segundo semestre de 2015, os financiamentos concedidos com recursos do Fies passaram a ter taxa de juros de 6,5% ao ano com vistas a contribuir para a sustentabilidade do programa, possibilitando sua continuidade enquanto política pública perene de inclusão social e de democratização do ensino superior. O intuito é de também realizar um realinhamento da taxa de juros às condições existentes no ao cenário econômico e à necessidade de ajuste fiscal.

Artur Hugen, com Agência Senado/AI/Gabinete/Foto: Waldemir Barreto/AS