Ricardo Alban, após encontro com ministros sob comando de Alckmin, diz que que setor industrial defende que se negocia com os Estados Unidos uma suspensão de 90 dias no tarifaço antes de qualquer retaliação comercial
“Antes (de retaliar), é preciso esgotar toda e qualquer possibilidade de negociação”, alertou Ricardo Alban.
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(Brasília-DF, 15/07/2025) Na manhã desta terça-feira, 15, o Vice-Presidente e ministro o Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, recebeu no Palácio do Planalto empresários do setor exportador industrial para discutir a estratégia de resposta do Brasil às medidas da Casa Branca com o chamado “tarifaço” do presidente Donald Trump em 50% em todos os produtores exportados para os Estados Unidos a partir de 1º de agosto.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu o caminho das negociações com os Estados Unidos antes de recorrer à retaliação imediata. O evento também contou com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).
“Antes (de retaliar), é preciso esgotar toda e qualquer possibilidade de negociação”, alertou Ricardo Alban.
O posicionamento é consenso no setor e foi definido em reunião virtual ontem ,14, entre todos os presidentes de federações da indústria.
Indústria reitera pedido para adiar início da taxação
Alban também reforçou o pedido para que o governo articule juntos aos Estados Unidos uma ampliação de 90 dias para o começo da vigência da nova tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros.
“Estamos falando aqui só de perde-perde. Não tem ganha-ganha. Perde a indústria, perde a economia, perde o social. Gostaríamos de colocar na mesa um adiamento de 90 dias no prazo para início da vigência (da tarifa)”, pontuou Alban. “Queremos colocar a discussão de acordos setoriais e bilaterais. Discutir bitributação”, completou.
A estimativa preliminar da indústria é de uma perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho, caso a medida entre em vigor nos termos anunciados, além de forte impacto sobre o PIB.
Alckmin destacou que o governo vai trabalhar para reverter as novas tarifas, consideradas por ele “completamente inadequadas”.
Ele reiterou que EUA têm superávit na relação com o Brasil há 15 anos e a tarifa média dos produtos que os norte-americanos exportam para o nosso país é de 2,7%. “Temos uma importante complementariedade econômica. É importante conversarmos com os parceiros americanos no setor industrial para mostrarmos que a medida encarece também os produtos deles”, acrescentou Alckmin.
É preciso objetividade e pragmatismo, diz CNI
Ricardo Alban alertou que é preciso objetividade e pragmatismo por parte do governo e do setor privado na negociação. “O que não queremos neste momento é perder a razão. É importante essa parceria. É muito difícil o setor industrial encontrar alternativas de médio prazo para substituir esse mercado dos EUA”, afirmou.
Uma comitiva de empresários e representantes de associações industriais participa da reunião, incluindo o presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Josué Gomes da Silva; o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso; a presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Janaína Donas; o presidente emérito da Associação Brasileira Indústria Têxtil e de Confecções (Abit); Fernando Pimentel; o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira; o CEO da Tupy, Rafael Lucchesi; o CEO da Embraer, Francisco Gomes, entre outros.
( da redação com informações de assessoria e Ag. CNI. Edição: Política Real)